Em uma campanha para divulgação de um veículo de luxo, em parceria com a IBM, a equipe de marketing optou por experimentar a utilização da Inteligência Artificial.
Então, para produzir o roteiro do comercial, a Inteligência Artificial foi alimentada com textos de propagandas de produtos de luxo premiadas nos últimos 15 anos, além de dados relacionados como as pessoas reagiram.
A expectativa inicial era de que a equipe criativa precisaria reescrever boa parte do que a Inteligência Artificial gerasse.
Mas o resultado foi um roteiro pronto para ser filmado, para a surpresa da equipe responsável.
Para facilitar a compreensão do que foi criado pela Inteligência Artificial, praticamente todas as linhas do texto vieram com referências explicando o motivo de a Inteligência Artificial ter tomado certas decisões.
Em uma destas referências, por exemplo, constou haver sido adotado o conceito da palavra “pai”, sendo emocionalmente mais forte do que o conceito de “engenheiro”.
Assim, o comercial mostrou uma cena em que um engenheiro, acompanhado de sua filha, assistiam a um teste de colisão, ocasião em que foi demostrada toda a potência dos freios, que impediu a destruição do carro.
Veja o vídeo:
Apesar do sucesso do comercial, a montadora do veículo garantiu que não cogita substituir os serviços das agências de publicidade por robôs.
Um dos executivos da montadora declarou que a ideia é utilizar a Inteligência Artificial como um complemento, liberando a equipe de marketing para tomar decisões mais subjetivas.
Apesar da declaração do executivo, não resta dúvida de que, na área de copywriting, percebe-se um certo desconforto com a implantação de ferramentas tecnológicas capazes de, supostamente, substituir o copywriter na criação de headlines, copies, vídeos e textos.
O receio é que, no futuro, as marcas não necessitariam mais de contratar um copywriter para desenvolver suas campanhas de marketing.
Será?
Deveríamos então temer a Inteligência Artificial, que roubaria os postos de trabalho dos copywriters?
A resposta a estas questões é um sonoro NÃO.
A certeza de que isto não ocorrerá pode ser fundamentada na premissa de que a Inteligência Artificial não detém poder criativo.
Na verdade, toda Inteligência Artificial é alimentada pelo poder criativo do homem.
A partir das informações inseridas em seus bancos de dados, a Inteligência Artificial executa sua tarefa, conforme vimos com o comercial do veículo de luxo.
Sim, o suposto poder criativo da Inteligência Artificial, está limitado a seu banco de dados.
Ao menos no estágio atual do conhecimento humano, é possível afirmar que, sem a alimentação de informações padronizadas, a Inteligência Artificial não pode, por si só, criar.
Tanto assim é que, apesar de a Inteligência Artificial já ter sido desenvolvida há algum tempo e ter sido disponibilizada para criação de mensagens publicitárias, as marcas e produtores de bens e serviços não diminuíram a contratação de especialistas em persuasão.
Contudo, para demonstrar quais resultados são possíveis de ser alcançados com o uso da Inteligência Artificial na área de copywriting, resolvi testar as seguintes ferramentas:
Pois bem!
O teste consistiu na manipulação da palavra-chave “emagrecimento” através de de comandos voltados à criação de conteúdo para o referido nicho.
Os resultados brutos obtidos mostraram que realmente o processo criativo da Inteligência Artificial é consideravelmente relevante, ensejando, contudo, uma intervenção mais incisiva de processos de persuasão, especialmente para adaptar o texto ao produto.
Além disto, em diversos resultados obtidos, a palavra-chave foi confundida com o nome de um produto (nicho = produto), dificultando ainda mais a compreensão do conteúdo gerado.
Devemos lembrar que as ferramentas testadas são tecnologicamente bem menos robustas que a Inteligência Artificial utilizada pela IBM no comercial que mencionei há pouco.
Apesar das inconsistências, foi possível confirmar o entendimento de que as ferramentas tecnológicas não podem ser totalmente desprezadas e podem muito bem ser usadas como fator de inspiração no processo criativo de headlines, copies e textos.
É isto.